Corpo em ética
O corpo, como construção cultural, segue normas coletivas, renovadas por uma moralidade e uma estética construídas historicamente, transmitidas e pensadas nos diferentes contextos sociais. A construção do sentido ético-estético cria-se pelas regras de comportamento da comunidade, que conduzem as técnicas corporais e moralidade, princípios e valores, caracterizam o que seja adequado e justo e preservam as tradições e religiosidade.
O propósito de "um corpo em ética" parte da ideia de que apesar de haver certo "determinismo cultural" no que se diz respeito às nossas atitudes perante a relação indivíduo-sociedade, é possível que consigamos questionar as intenções e os efeitos quando assumimos nosso corpo de forma consciente, sempre tendo em consideração nossas necessidades, limites e potencialidades, permitindo tornarmo-nos seres responsáveis pelas nossas atitudes e no que diz respeito não só às intenções das nossas ações, mas também pelas suas consequências.
O ser humano é um ser inacabado, e por isso, tem na consciência ética a maneira mais vital de descobrir se os valores morais da sociedade ou os dele mesmo encobrem algum interesse particular inconsciente que rompe com os princípios essenciais para se viver em sociedade.
Quando compreendemos a condição ética imposta, percebemos a realidade que nos cerca de forma esclarecedora e apesar de vivermos num universo de indiferença, que em muitos casos não nos permite entender de forma correta a nossa realidade, percebemos que nesse universo podemos encontrar a liberdade, pois os caminhos não se encontram fechados, sempre há novas possibilidades de mudança quando colocamos o corpo individual e o social a favor da compreensão ética da realidade que nos cerca.
A construção do corpo na atualidade leva-nos a buscar nos princípios da ética, uma busca de não conformidade aos padrões pré-estabelecidos como naturais e aceitáveis, nos fazendo pensar que ao lado da autonomia individual do corpo