Cooperativismo e economia solidária
Independentemente do sistema produtivo e das relações políticas da sociedade, as ciências econômicas devem buscar o bem estar da população. Não faria sentido que todo esforço empreendido pelo Estado visasse apenas reduzir a relação dívida/PIB ou mesmo aumentar o superávit primário das contas públicas. Aparentemente, esses parâmetros buscam em sua essência criar expectativas positivas para a economia, buscando pavimentar o caminho para os investimentos produtivos.
A sociedade no seu dia a dia, no entanto, busca a satisfação de necessidades derivadas da economia real como o emprego, a oferta de serviços de saúde e educação, a distribuição equitativa da renda etc.
É claro que as variáveis econômicas citadas anteriormente possuem uma relação quase que direta com o atendimento das demandas sociais. Por outro lado, resta considerar que a sobra de recursos e a geração de renda (o crescimento do bolo), não significa necessariamente que haverá uma divisão justa das riquezas.
Diversos países em desenvolvimento vêm buscando corrigir distorções relativas a distribuição de renda e riqueza. De fato, de acordo com Musgrave, somente o setor público é que tem a capacidade de realizar a função distributiva na economia, o que remete parte da responsabilidade pelas desigualdades sociais, de acordo com esse autor, diretamente ao setor público.
No Brasil vem sendo desenvolvido um programa de distribuição de renda a partir de receitas orçamentárias que são transferidas às camadas mais pobres da população. O Programa Bolsa Família desenvolvido pelo Governo Federal brasileiro tem alcançado um número significativo de famílias (cerca de 11 milhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social). O Programa Bolsa Família condiciona a transferência de renda à inserção e manutenção de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos de idade nas redes de ensino e ao acompanhamento das gestantes, nutrizes e crianças até 7 anos pela rede de saúde