O sagrado
Rudolf Otto ao tratar da questão do sagrado, o faz a partir da análise do elemento irracional, e sua relação com o elemento racional. Estes elementos da categoria do sagrado, irracional e o racional elencados por Otto, são elementos “a priori”. Este elemento irracional Otto o denomina de numinoso. Já o elemento racional, o predicador. Digno de nota ressaltar que o elemento irracional não é algo pejorativo, mas entendido por aquilo que não é passível de explicação. O racional Otto define como “um objeto que pode ser captado pelo pensamento conceitual”.
Na tentativa de elucidação do sagrado Otto usa o neologismo numinoso. Este numinoso é uma realidade vista nas religiões, e que sem este numinoso a religião ficaria descaracterizada. Vale destacar que o numinoso não é conceituável ou definível, entretanto ele está latente na consciência e na alma das pessoas. É algo exclusivo da religião, que não tem formulações éticas e racionais. Otto assim expressa: “Falo de uma categoria numinosa como uma categoria especial de interpretação e de avaliação, um estado de alma que se manifesta quando essa categoria é aplicada, isto é, cada vez que um objeto é concebido como numinoso” (OTTO, O sagrado, p. 12).
Ao nos depararmos com a idéia do numinoso, logo percebemos que este está para além daquilo que é racional, mas perceptível no campo das experiências. De forma mais específica no sentimento. O numinoso, a despeito de não ser expresso de forma conceitual, ele é experimentado no sentimento. Otto quando descreve este sentimento, diz que não é uma mera emoção, mas algo afetivo quando estamos diante da presença do numem.
Dentro do contexto da experiência religiosa, Otto ressalta que duas realidades são claramente observáveis. O numem e a criatura. A realidade do sentimento de criatura se torna patente quando o homem se vê diante da presença do numem. Logo podemos identificar o numinoso pelos sentimentos que ele