Economia Solidaria
Benedito Anselmo Martins de Oliveira
*Profº e membro da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP da UFSJ – Universidade Federal de São João del Rei e doutorando do CPDA/UFRJ.
Proposta No 97 Jun/Ago de 2003
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Uma nova esperança
A eleição de Luís Inácio Lula da Silva, em outubro de 2002, pela coligação liderada pelo
Partido dos Trabalhadores, no Brasil, está representando para a maioria das organizações representativas dos trabalhadores e para boa parte dos movimentos sociais, a possibilidade de se verem concretizadas algumas formas para minimização dos efeitos da liberalização capitalista globalizada, no que diz respeito, fundamentalmente, à aplicação de políticas públicas. Nessa perspectiva, acaba de ser criada, dentro da estrutura do Ministério do Trabalho, com a intenção de apoiar no desenvolvimento das práticas solidárias que combatem a exclusão social e buscam a geração de mais oportunidades de emprego, trabalho e renda, a Secretaria Nacional de Economia Solidária.
Esta Secretaria surge como fruto de uma movimentação de várias Organizações1 que atuam nesse campo, e que iniciaram, mais coletivamente estes debates, a partir do Grupo de Trabalho Brasileiro de Economia Solidária do Fórum Social Mundial – FSM (oriundo do I
FSM). Suas reflexões centram-se na busca do exercício de práticas solidárias em organizações que possuem condições de praticarem novas formas de produção/ distribuição/consumo, baseadas nos princípios fundamentais da cooperação e da autogestão.
Evidentemente, este processo trará para o debate temas antigos e novos que terão que ser enfrentados e que serão apresentados neste artigo, entre eles: sua relação com o Estado, com o mercado e com a sociedade. Considera-se que este debate será mais exitoso se continuar contando com a participação do movimento sindical e movimento social, bem como, no caso