Conviver com diferenças
Por Gazeta de São João del-Rei em 18/05/2013
Por Sônia Caldas Pessoa
Uma busca rápida na internet revela as competências e as habilidades que o profissional do século 21 deve ter. Menciona posturas e comportamentos adequados a um perfil de profissional competente, que saiba conciliar um bom relacionamento pessoal com a equipe, definir objetivos, traçar metas, escolher estratégias e, por fim, obter resultados.
Ainda se fala pouco, no entanto, nas relações com a diferença, seja ela pela deficiência ou por cor, sexo, orientação sexual, idade, as chamadas doenças sociais, como as fobias e várias outras que estão na sociedade e nem sempre são consideradas no ambiente organizacional. Essas pessoas são cidadãs, trabalham e exercem suas funções sociais.
Apesar dos avanços consideráveis nas organizações e nas relações de trabalho nos últimos anos, muitas vezes essas mesmas organizações se calam diante das diferenças, o que pode provocar um comportamento similar àqueles que costumam ser minoria. Não raras são as ocasiões em que o diferente é percebido pelas organizações como um problema: adequar o equipamento para a pessoa com deficiência, um homossexual em um ambiente conservador, um negro onde a maioria é branca, um branco onde a maioria é negra, um idoso em um ambiente liderado por jovens e vice-versa… Alguns exemplos que estão arraigados em nossa sociedade e vão sendo repetidos automaticamente, com exceções, é claro.
Paradoxalmente algumas minorias preferem, quando é possível, se calar. Nos treinamentos organizacionais a diferença ainda não é pauta constante, embora desponte aqui e ali com iniciativas isoladas. Alguns bons exemplos ganham as páginas dos jornais pela pouca frequência com que ocorrem.
Falar sobre a diferença e entender o diferente em sua especificidade e seus direitos nada mais é do que abrir as portas para um debate que se faz urgente: a inclusão plena do diferente na sociedade e, em especial, no ambiente