Controle interno
Ficamos na inércia. Enquanto os nossos governantes e parlamentares lacraram este debate com a ausência ou lentidão de ideias e a Justiça, retida ao entrave da burocracia e das muitas brechas de sua fenda, o crime expandiu suas ramificações em diversos setores, infiltrou-se nas camadas do poder, fortaleceu-se com o tráfico de armas, drogas e animais silvestres; conseguiu fazer jovens, mulheres e crianças seus “discípulos” preferidos.
Na ausência do poder público, a violência rompeu a atmosfera do lar, da escola, do trânsito e de templos religiosos. Propagou-se a banalização da vida e da ideia de segurança, até mesmo por pequena parte dos que usam o distintivo policial, mas que causam grandes e graves danos à sociedade e à imagem das instituições que integram a Força de Segurança Pública Brasileira.
O Brasil contabilizou até ontem mais de 200 mil mandados de prisão em aberto, que, se efetivados num só dia, ainda que pela metade, o Governo não teria para onde enviar essa população. Faltam unidades prisionais. Outro aspecto relevante no relatório emitido pelo Conselho Nacional do Ministério Público Federal é que, pelo menos, 64 mil inquéritos instaurados em 2007 e relativos apenas a homicídios, ainda não foram concluídos, ou seja, eis a marcha lenta do Judiciário.
Sobre o Sistema Carcerário, vejamos o que diz uma das súmulas da última CPI do Sistema Penitenciário Nacional, ao classificar o tratamento estendido aos apenados: “Vestuário: nudez absoluta; alimentação: fome, corrupção e comida no saco; assistência à saúde: dor e doenças; assistência