Controle de pragas
2. CONCEITO DE INSETO-PRAGA
O conceito de "praga" é bastante dinâmico e relativo uma vez que, envolve um conjunto de fatores de natureza ecológica, econômi¬ca, social e cultural. Um único inseto jamais pode ser considerado praga já que não compensa economicamente a sua eliminação, exceto nos casos de insetos vetores de agentes fitopatogênicos que mesmo em baixo nível populacional, justifi¬ca seu controle. Este conceito está relacionado com população de insetos que esteja causando algum tipo de prejuízo, cuja elimi¬nação compen¬se sob o ponto de vista econô¬mico (NAKANO et al., 1981). De acordo com SILVEIRA NETO (1976) o crescimento e o tamanho da popu¬lação dos insetos variam ao longo do tempo, flutuando em função da presença ou ausência dos fatores ecoló¬gicos (Fig.1). Estes fatores podem ser de dois tipos bási¬cos: independente da densidade populacional como os climáticos (radiação solar, temperatura, luz, umidade relativa, pluviosi¬dade, vento, pressão, etc.) e físicos (edáficos, gravidade, som e tipo de planta cultivada); bem como dependente da densidade popula¬cional como os fatores alimentares e os bióticos (competição intra e interespecífica, além dos inimigos naturais como parasitóides, predadores e microorganismos entomopatogênicos). Na primeira fase em que a curva se apresenta na forma de uma sigmói¬de, considerada como fase logarítmica, o crescimento popula¬cional é muito rápido. Em seguida há um decréscimo no crescimento ocorrendo nesta fase, um equilíbrio da população, manifestada pela estabilização do nível populacional por um período mínimo de cinco anos. Também nesta fase a população apresenta uma oscilação (afastamento simétrico do nível de equilí¬brio) e flutuação (afastamento assimétrico do nível de equilíbrio). Por último, há uma fase de crescimento negativo, quando a população do inseto decresce po¬dendo chegar até a extinção.
Figura 1. Modelo de crescimento padrão e flutuação