Contras Internação compulsória
Fonte: http://drogasesaude.org.br/manifesto-sobre-as-drogas/
Em seu discurso de posse, em janeiro de 2011, o Ministro Alexandre Padilha afirmou que o combate ao crack não poderia fazer com que as pessoas perdessem sua autonomia e o contato com o espaço social. Até agora, apesar de declarações de técnicos do Ministério da Saúde contra as políticas de internação compulsória, o ministro Padilha ainda não manifestou com suficiente clareza a sua posição em relação a este assunto.
Quando perguntado sobre internação compulsória, o Ministro tem respondido que a lei prevê a internação involuntária. A internação involuntária de usuários problemáticos de substâncias pode ser eventualmente necessária, mas é excepcional e decidida caso a caso, por equipes de saúde. A internação compulsória só pode ser definida pela Justiça, e, portanto, exige o exame individualizado e respeito aos trâmites do Poder Judiciário. Ela não pode, portanto, ser uma política de aplicação genérica ou, pior, ser feita em massa, sob determinação exclusiva do Poder Executivo.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/blog-da-saude/saude/pedro-tourinho-a-internacao-compulsoria-de-usuarios-de-drogas-e-altamente-ineficaz.html
Segundo o professor Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, 98% dos pacientes que são internados compulsoriamente sofrem recaídas pouco tempo depois do fim da internação.
Trata-se, portanto, muito mais de uma medida policialesca e simplista, que busca principalmente dar a impressão de que o problema do crack foi resolvido, supostamente eliminando as cracolândias.
É a volta da política manicomial como política pública, o que vêm sendo combatido ha décadas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Quem conhece o histórico e as condições das internações psiquiátricas no Brasil sabe que se trata de um retrocesso, com a marca da truculência, do autoritarismo e da exclusão.