Contos de fadas

AS CARACTERISTICAS DOS CONTOS TRADICIONAIS

De acordo com Nelly Novaes Coelho em Literatura infantil: teoria, análise, didática (2000) as narrativas infantis de ontem e de hoje abrangem características totalmente divergentes, devido à mudança de pensamento e comportamento da civilização nos dias atuais. Os valores tradicionais do Romantismo do século XIX foram substituídos pelos novos valores gerados a partir do pensamento crítico de uma sociedade que questiona a importância de certos valores conservadores. Coelho faz um paralelo entre temáticas e as peculiaridades formais que diferenciam as literaturas de ontem e de hoje, com a intenção de “ajudar os jovens professores a se situarem, criticamente, diante da realidade histórica/social/cultural que os cerca, e poderem relacioná-la com a tradição herdada pelo nosso século, mas hoje em plena desagregação” (COELHO, 2000, p. 19). Nos contos de fadas tradicionais são marcantes as características como: o individualismo, obediência absoluta a autoridade, sistema social que valoriza os bens materiais (o TER), moral dogmática, sociedade sexófoba, reverência pelo passado, concepção de vida fundada na visão transcendental da condição humana; o racionalismo, o racismo, a criança idealizada como adulto (COELHO, 2000, p. 19). Sem a necessidade de um estudo detalhado dos contos fadas tradicionais é possível identificarmos a presença das características citadas anteriormente.
O sistema autoritário, a obediência obrigatória aos ideais impostos pela igreja católica ( autoridade máxima, detentora do saber) e pelos reis( detentores dos feudos e das riquezas minerais); a imposição de um sistema social no qual a riqueza prevalece sobre o caráter do ser, o trabalho em muitas das vezes sendo realizado quase de que forma escravocrata, que beneficia mais ao patrão do que ao empregado, que em diversas situações é ridicularizado e inferiorizado perante aos seus semelhantes apenas no que diz respeito à espécie e não a condição