Contexto nacional arte educação
Sylvia Bojunga Meneghetti
Jornalista, editora do boletim Arte na Escola e consultora de comunicação da Fundação Iochpe
O que mudou no cenário da arte-educação brasileira? Quais foram as principais conquistas no campo do ensino e da aprendizagem da Arte? O quanto avançamos?
Esta matéria sintetiza o conteúdo de entrevistas realizadas em janeiro/99 com professores que pensam e fazer arte-educação no Brasil*.
Como disse Ivone Richter, sem o resgate histórico, perdemos nossas raízes. "E esse resgate não pode ser feito de uma única visão - ele se completa no mosaico das lembranças". Sem a pretensão de abarcar todos os acontecimentos de um período pleno de realizações, com tantos e tão diversos cenários e atores, buscamos dar uma "pincelada" no contexto nacional em que nasceu e se desenvolveu o Projeto Arte na Escola.
O mosaico das lembranças registra 1989 como marco de grandes transformações. Em agosto, aconteceu na Cidade Universitária da USP, em São Paulo, o Terceiro Simpósio Internacional sobre o Ensino da Arte e sua História, evento que reuniu mais de 2.000 pessoas, constituindo-se em contribuição teórica fundamental para o processo de reorientação curricular.
O momento político era particularmente importante pois, no ano anterior, começara a ser reestruturada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e havia a ameaça de eliminação da Arte no currículo escolar de 1º e 2º graus. Preocupados em melhorar a qualidade do ensino, os arte-educadores buscavam aprofundar o pensamento teórico e explicitar os conteúdos da Arte para evitar sua retirada do currículo. O discurso oficial alegava que era necessário recuperar a educação brasileira "através dos conteúdos" e que "Arte não tem conteúdo".
Se Arte tem conteúdo, isso chama para uma reflexão metodológica", convocava Ana Mae Barbosa, organizadora do Simpósio da USP, então diretora do MAC/USP e consultora do