Consumo alimentar
Os hábitos alimentares das gestantes refletem seu estado nutricional, que irá interferir no desenvolvimento do feto. O estado nutricional é determinado, principalmente, pela ingestão de nutrientes, seja em termos de micro ou macronutrientes; portanto, um inadequado aporte energético da gestante pode levar a uma competição entre mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal (1). Gestantes com alterações nutricionais podem apresentar, com maior freqüência, infecções, parasitoses, hemopatias (anemias), síndromes hipertensivas, insuficiência placentária, obesidade; maiores chances de hemorragia durante o parto e infecção puerperal; assim como podem dar a luz a recém-nascidos prematuros, com crescimento intra-uterino restrito (CIUR), os quais apresentam maiores possibilidades de apresentarem infecções neonatais, afecções respiratórias e aumentar a estatística de mortes perinatais (2). Por tais motivos, faz-se necessária uma adequação na alimentação da gestante, visto que seu estado nutricional pode afetar o resultado da gravidez. Para tanto, é de suma importância a avaliação dietética da gestante através de inquéritos alimentares, pois pode-se detectar problemas nutricionais específicos já existentes, e que podem ser prejudiciais no decorrer da gestação (3). Conhecer exatamente a ingestão alimentar de grupos ou mesmo de indivíduos é sempre uma tarefa complexa pelas práticas alimentares estarem mergulhadas nas dimensões simbólicas da vida social, envolvida nos mais diversos significados, desde o âmbito cultural até as experiências pessoais, conferindo a elas menos objetividade do que se espera ao abordá-las por meio de métodos de investigação sobre o consumo alimentar (4). Dentre os vários métodos de inquéritos alimentares disponíveis, cabe ao pesquisador, selecionar o que mais se enquadra em seus objetivos. Na revisão de Bertin et al (4) o método mais utilizado foi o recordatório de