Consumidores de livros
O hábito da leitura ainda está longe de fazer parte da realidade da maioria dos brasileiros. Essa falta de interesse faz com que o Brasil exiba um número vergonhoso: o de índice de 1,8 livro vendido por pessoa ao ano. Além de questões subjetivas, como o estímulo da escola e da família à leitura desde os primeiros anos de alfabetização, muitos alegam que deixam de ler porque não podem comprar um livro devido ao seu preço elevado.
É um círculo vicioso: as pessoas dizem que não compram o livro porque ele é caro, mas também ele é caro porque têm poucos compradores de livros
Contudo ainda existem pessoas que praticam o bom hábito da leitura, e dentre essas podemos perceber algumas peculiaridades que as diferenciam entre si, podemos destacar três tipos contemplativo, movente e imersivo.
Contemplativo: Desde Idade Média, quando se instituiu que as leituras nas bibliotecas seriam feitas em silêncio, uma grande mudança ocorreu no processo de entendimento de um texto: depois de séculos a leitura passaria a ser algo muito mais íntimo e pessoal, sem a presença de um orador, sem interferências externas e apenas feita pelo movimento dos olhos e o virar das páginas. É nesse momento que nasce o leitor contemplativo. Esse tipo de leitor se isenta de situações mundanas para se concentrar na leitura, numa atividade solitária, que pode ser interrompida para reflexão, retornada, feita novamente por dezenas de vezes até que o entendimento seja feito do modo desejado. É o leitor que procurou o isolamento para absorção do conteúdo, que não se preocupa com quanto tempo faz que esteja lendo nem tem pressa pra terminar. Da mesma maneira poderiam “ler” quadros ou esculturas numa galeria ou admirar e perceber a arquitetura que o cerca, embora a leitura da escrita de um livro seja, de fato, sequencial, a solidez do objeto livro permite idas e vindas, retornos, re-significações. Um livro, um quadro exige do leitor a lentidão de uma