Construtivismo e Ciências da Cognição
O Construtivismo é uma corrente educacional apoiada no princípio de que o conhecimento que conquistamos não é algo que vem de fora, passado de uma pessoa a outra ou adquirido por meio de uma leitura, mas, sim, estimulado a partir de experiências quando delas participamos ativamente, buscando conhecer e, assim, experimentando, pesquisando, refletindo.
A idéia construtivista rejeita a apresentação de conhecimentos prontos e, portanto, não aceita que um aluno possa efetivamente aprender quando apenas ouve um professor. Opõe-se, assim, à idéia de que o saber de um professor possa ser ministrado e, portanto, transferido ao aluno.
Descrevendo-se essa corrente educacional dessa forma, surge uma dúvida:
“Quer dizer que, se, por exemplo, falo ao meu aluno que Cabral descobriu o Brasil em 1500, esse meu aluno não aprende?” Nesse caso, como o Construtivismo explica o fato de, em adulto, guardarmos na memória uma porção de informações que nossos professores nos passaram na escola?
Para o Construtivismo, o aluno que ouviu essa informação, em verdade, não a aprendeu. Apenas indexou-a à sua memória e, portanto, será capaz de repeti-la, mas de uma forma mecânica, robotizada, tal como faria um papagaio ou um simples gravador.
Nesse sentido, a idéia construtivista de aprendizagem a percebe como a conquista de saberes que nos permitem, com os mesmos, aprender outros saberes e, assim, ter não um “recado preso de maneira mecânica à memória”, mas uma referência que serve de ferramenta para aprender outras coisas. Se decoro que uma loja, por exemplo, fica na Rua da Glória, conquistei uma informação que, dependendo das circunstâncias, poderá ter um valor pessoal; mas se vivi minha infância na Rua da Glória, em verdade, aprendi-a, e esse conhecimento sempre me ajudará quando descobrir outras ruas e, assim, comparando, analisando, descrevendo e percebendo essas descobertas com a rua de minha infância.
Considerando a idéia de aprendizagem associada ao