construcao social da donca
Lepra, peste, dor-de-dente ou catarata: quase todas as doenças ou problemas de saúde eram considerados penitências, castigos divinos. Mas isto não quer dizer que as pessoas tentavam a cura só com orações. Muitas vezes alguém sabia um determinado procedimento que ajudaria a curar determinada doença e aplicava este procedimento no paciente. Nos casos graves e incuráveis, como a lepra, por exemplo, o doente era considerado morto antes de falecer, pois nada mais podia ser feito. Antes de o doente ir para um leprosário ou ser largado para morrer sozinho à beira de uma estrada, era costume do povo rezar uma missa de corpo presente para o leproso. Quando a Europa sofreu o grande surto de peste, lá pelo século XIV, praticamente metade da população no continente morreu, pois não havia tratamento para a doença, já que a cura depende de antibióticos, inventados apenas no século XX.
Muitos médicos da época acreditavam que certas doenças eram causadas pelo acúmulo de líquidos no corpo, o que levava às sangrias, quando o paciente tinha uma veia ou artéria cortada para que seu sangue escorresse por um tempo ou então os médicos colocavam sanguessugas próximas do local tratado.
As doenças venéreas eram muito comuns na época, principalmente a sífilis. Para aliviar a dor do paciente ao urinar, enfiava-se um tubo de metal na uretra do doente para facilitar a saída da urina.
Mas, a pior condição era a da mulher grávida. Como não havia qualquer conhecimento sobre os procedimentos de cesariana, o parto normal era a única forma de colocar uma criança no mundo. E como a dor do parto é algo realmente forte e não havia pré-natal para saber se a criança tinha condições de nascer sem causar problemas no parto, era comum a morte da mãe após o nascimento da criança, isso quando não morriam os dois, mãe e criança, por complicações.
Sobrava até para as parteiras que tentavam algum artifício para diminuir as dores