radiologia
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Fonte : Revista Brasil Nuclear - ano 6 - nº 18 - Jan-Mar/1999
O átomo que cura
Mais e melhores radioisótopos ajudam a tratar e diagnosticar as donças do povo brasileiro.
Vera Dantas
No dia 30 de abril de 1997, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) enviou para a cidade de Medellin, na Colombia, um lote do radiofármaco samário-153, indicado para o alívio das dores de metástases ósseas. Quatro dias depois, uma mensagem emocionada chegava ao fax do instituto. Nela, a filha de um paciente que havia utilizado o medicamento comunicava que seu pai não mais sentia as terríveis dores que o atormentavam há muito tempo. A felicidade dele com o fim do sofrimento era tal que pedia que lhe mandassem uma camiseta de Pelé, pois estava disposto a jogar uma partida de futebol.
A carta de agradecimento da jovem colombiana é um exemplo dos benefícios proporcionados pelo samário-153, um medicamento que aumenta a qualidade de vida dos portadores de cânceres com metástases ósseas, uma enfermidade que provoca dores intensas e até mesmo a imobilização do paciente. O samário oferece uma alternativa semelhante ou até mesmo superior aos tratamentos convencionais para a dor, como a morfina. Além disso, custa 10 vezes menos que o estrôncio, um produto equivalente, que é importado.
O medicamento só começou a ser produzido no país no final de 1996. Até então, muitos doentes, como o antropólogo e ex-vice-governador do Rio de Janeiro Darcy Ribeiro, viajavam para o exterior em busca de tratamento paliativo para as dores que sentiam em virtude do câncer ósseo. "Periodicamente, ele ia aos Estados Unidos receber o que chamava de injeção radioativa, que o aliviava das dores durante certo tempo. Essa injeção nada mais era que o samário", lembra o superintendente do Ipen, Cláudio Rodrigues.
Produção interna
Além do samário-153, o Ipen produz outros radiofármacos utilizados em diversas aplicações de medicina nuclear, tais como o diagnóstico de diversas