Const. Civil
O setor de construção civil, principal empregador de mão de obra no ano, acabou, em boa parte, servindo para manter constante a participação dos trabalhadores que ganham entre R$ 697 e R$ 930 no bolo salarial.Antes da crise, em outubro, esta faixa equivalia a 20,18% do total de vagas criadas, caindo, em fevereiro, a 16,71%. Em setembro, quando o setor gerou saldo líquido de 32.667 mil vagas, a participação desta faixa salarial bateu em 19,07%, praticamente recuperando a participação que tinha antes da deterioração econômica. Para Vitor Cunha, engenheiro de obras, a demanda por pedreiros e serventes extrapola a oferta, o que rebaixa as exigências. "Não podemos pedir muita experiência. Há muita obra e está faltando trabalhador", afirma. Contratados em fevereiro, Odinei da Conceição Silva e Antônio Oliveira trabalham pela primeira vez na construção civil. Para Silva, é o primeiro emprego. Oliveira, mais velho, já foi limpador de vidros, mas percebe melhores condições na nova função. "Como servente aprendo muito. Tem muita obra acontecendo ao mesmo tempo, o que deixa a gente à vontade para trabalhar e pensar no futuro", diz Oliveira. Segundo Cunha, o salário de servente varia entre R$ 740 e R$ 780, cerca de R$ 100 menos que o de pedreiro. O aquecimento do mercado de trabalho ocorre em todos os setores, após recuperação parcial no pós-crise, quando a indústria ainda permanecia em compasso de espera. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na semana passada, apontam para geração elevada de empregos nos três setores, com serviços (52,3 mil) à frente, seguido pela indústria (50,1 mil) e comércio (46,1 mil), descontados os efeitos sazonais. Assim, a atividade econômica, antes concentrada no setor de serviços e no comércio, passou a equilibrar investimentos e contratações também na