Considerações sobre o mito da democracia racial
Andreléia Barbosa
PIBID- Ciências Sociais/UEL
O que é Democracia? O que é Democracia Racial? Podemos afirmar que vivemos em um país democrático?
Essas são questões que perduram sobre diversos contextos históricos brasileiros e norteiam não só questões de cunho racial, mas também o político, econômico e cultural.
No entanto, a presente reflexão, tem como objetivo, focar na temática no que diz respeito à questão racial.
Assim sendo, no início do século XX, as políticas que implementavam o projeto de nação do Brasil continha em seu bojo a idéia central de branqueamento da raça, onde europeus eram tidos como a solução ao que se considerava o “problema da escravidão” no Brasil. Ao paço em que se tinha uma imensa população negra e mestiça, considerada inferior biologicamente, sendo assim, o Brasil não se constituiria moderno e competitivo.
O cientista João Batista Lacerda prognosticava que, se os imigrantes brancos viessem a se miscigenar com os “nacionais negros e mestiços”, em 100 anos teríamos um país completamente branco. Santos, (2010, p.30).
Neste sentido, a obra Casa Grande e Senzala de Gilberto Freire enaltece a miscigenação do país, sendo o mestiço a síntese do povo brasileiro. “Ser brasileiro era ser mestiço, seja do ponto de vista racial, seja do ponto de vista cultural.” (idem, p.31).
Com a simbolização do mestiço como “verdadeiro brasileiro”, apontar as desigualdades e o racismo seria o mesmo que negar a própria identidade nacional que se engendrava, assim, o mito da democracia racial que se irradiava pelo país, seja pelos discursos políticos, nos poemas, nas obras de arte, etc. o que se bradava era:
• A harmonia entre os diversos grupos étnicos,
• A tão sonhada “democracia racial”.
Foi dessa maneira que o estado tentou resolver o problema das diferenças sociais entre brancos, negros e indígenas, diluindo os traços biológicos dos índios e negros na miscigenação até o seu total