Considerações sobre a obra amor de perdição
Introdução
De acordo com os estudos realizados por William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães (2005) Camilo Castelo Branco é um dos principais representantes do ultra-romantismo português. Sua obra mais importante é “Amor de perdição” escrita em 1925. Trata-se de uma novela passional, onde seu talento atingiu o ponto máximo. Ao apresentar histórias de amor impossível entre dois jovens, o autor é capaz de contextualizar o enredo de modo, a traçar alguns importantes cenários de Portugal. Nessas histórias o sofrimento amoroso é exaltado, capaz de transformar o caráter das personagens, fazendo com que os jovens amantes sejam envolvidos por uma aura de pureza e devotamento que os santifica. O trágico fim é a sentença que pune um amor que infringe os princípios de uma sociedade. Embora tenha relacionado à história á vida atribulada de um parente, Camilo incorporou á obra muito de suas próprias experiências na prisão e do relacionamento proibido com Ana Plácido, Mulher casada. A obra em questão é representante do Romantismo Português. De acordo com estudos realizados por Maria Luíza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara e Tatiana Fadel (2005) o romantismo “assumiu uma feição anticlássica, proclamando a liberdade individual do artista, eximindo-o da necessidade de imitação dos clássicos Greco-latinos.” (ABAURRE; PONTARA; FADEL, 2005, P.57). O movimento que antecedeu ao romantismo foi o Classicismo. Na obra “Os Lusíadas” de Camões observa-se a rigidez da forma poética. Os Lusíadas constituem um poema épico dividido em dez cantos que apresentam, no total, 1.102 estrofes organizadas em oitava rima (ABABABCC) e perfazem 8.816 versos, todos decassílabos. (CF.ABAURRE; PONTARA; FADEL, P. 38). É essa rigidez clássica que os românticos desejaram romper. O desejo de liberdade está expresso em todo o romance “Amor de perdição”. As autoras em