considerações sobre ensino
“Ninguém pode ensinar verdadeiramente se não ensina alguma coisa que seja verdadeira ou válida aos seus próprios olhos.”
“E agora, professor de História?!” A dicotomia existente nos cursos de História abre uma fenda entre a licenciatura e a graduação, gerando tensões sobre a importância do conhecimento histórico versus a orientação pedagógica, ou chamadas áreas de educação do curso. Este é um dos fatores que segundo Flávia Caymmi leva a deixar deficiências na formação inicial dos futuros professores. Na disciplina de estágio, os futuros professores adentram neste espaço escolar, que já não lhes é mais tão familiar, já que observam com outros olhos agora. Olhos assustados de quem já fora aluno da educação básica, e agora tem a assustadora missão de apossar-se do trono mestre. Existe nas mãos do graduando em Licenciatura em História, a difícil tarefa de enxergar neste espaço não somente um local de instrução, mas uma arena cultural, onde se confrontam diferentes fatores sociais e culturais, diversos saberes e crenças.
A escola é um espaço sociocultural segundo Dayrell, compreendê-la como tal, significa resgatar os papéis dos sujeitos que a constitui, entender como é construído seu cotidiano. Tais sujeitos não são agentes passivos diante da estrutura que a forma. A partir das leituras e das observações feitas foi possível refletir que a escola tradicional ainda está pautada no ensino positivista, voltado para compreender os fatos em suas causas e consequências que são ligadas por uma linearidade cronológica, o eurocentrismo privilegiado nos conteúdos. A transposição didática, ou o que pensadores como Becker, Barca e Cerri, chamam respectivamente de Pedagogia Diretiva, Aula Conferência e Concepção Tradicional. Visto como objeto, aprendiz passivo o aluno é concebido como um incapaz de assimilar o saber, nesta relação não há aprendizagens ou ensino devido a reprodução e repetição. A relação que permeia entre ambas as partes é de transmissão,