Considerações do território
ESPAÇO SOCIAL DE CONSTRUÇÃO[1]
Numa primeira aproximação, podemos afirmar que o processo de apropriação do território pelos profissionais de saúde, permite conhecer as condições em que os indivíduos amam, moram, vivem, trabalham, adoecem e morrem. O território caracteriza-se por uma população específica, vivendo em tempo e espaço determinados, com problemas de saúde definidos, interagindo com gestores das distintas unidades prestadoras de serviços de saúde (MENDES, 2003; MONKE, 2005). Esse espaço apresenta, portanto, além de uma extensão geográfica, um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político e social que o caracteriza e se expressa num território em permanente construção em que problemas de saúde se confrontam com serviços prestados e onde necessidades cobram programas (UNGLERT, 1990; MENDES, 2003). Apropriar-se então das características do espaço territorial configura-se como uma das estratégias mais utilizadas pelos sistemas de saúde, em particular do Sistema Único de Saúde, concretizando a diretriz da regionalização em busca das distintas e desiguais realidades locais. A territorialização de atividades de saúde vem sendo preconizada por diversas iniciativas no âmbito do SUS, como o Programa Saúde da Família, a Vigilância Ambiental em Saúde, Cidades Saudáveis e a própria Vigilância em Saúde. Consiste em um dos pressupostos da organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, configurando-se como um passo básico para a caracterização da população e avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde dessa população. Ainda que existam diferentes leituras acerca do espaço-território, enfatizamos a concepção de um espaço onde se desenvolve a trama das relações sociais, como algo concreto, dinâmico, inacabado, síntese de múltiplas determinações, que podem permitir a implementação de iniciativas comprometidas com a inclusão de diversos sujeitos locais no estabelecimento de