Consequências do tráfico de mulheres
Segundo o artigo “Consequências Psicológicas nas mulheres, durante o Processo de Tráfico”, publicado em 6 de Maio de 2010, os riscos e abusos pelos quais as mulheres traficadas passam são singulares. Existem várias diferenças entre as consequências de um evento traumático único (como uma violação, um acidente) e as consequências traumáticas numa vítima de tráfico, que neste caso está envolvido num trauma prolongado e repetido, podendo ser denominado também de “trauma crônico”. Quando os abusos físicos e psicológicos que estas vítimas sofrem ocorrem em combinação e repetidamente, estes resultam numa sintomatologia similar às observadas em vítimas de outros tipos de abuso e trauma, como violência doméstica ou tortura. Pode-se esquematizar as consequências físicas e psicológicas associadas às mulheres traficadas tendo como base 3 diferentes fases no processo de tráfico. - A primeira fase, Antes do estágio de partida, reflete o período antes de a vítima entrar no processo de tráfico em si mesmo. A avaliação da vulnerabilidade das mulheres antes do processo de tráfico decorrer é fundamental, pois reflete a sua saúde mental sem as consequências causadas do processo de tráfico. - A segunda fase, Estágio de viagem, começa quando a vítima concorda ou é forçada a viajar com o traficante. Esta fase acaba quando a mulher chega ao destino de trabalho. Sendo que muitas vezes, existem várias transições antes do ponto de chegada. Esta é a fase onde, normalmente, os crimes ligados ao TIP começam. Neste nível do processo, é relevante analisar os níveis de stress que acompanharam a partida de casa, bem como a resposta às primeiras ameaças, à violência e aos obstáculos decorrentes da passagem de fronteiras. A viagem, o estatuto ilegal, o medo das autoridades, a incapacidade para falar a língua do país de destino compõe as principais barreiras. Para a maior parte das mulheres, os pensamentos de sobrevivência são primários, ignorando uma