consciência mítica

O QUE É MITO E comum nos referimos à coerência lógica, garantida pelo rigor da argumentação e pela apresentação de provas. A verdade do mito, resulta de uma intuição compreensiva da realidade. Nesse sentido antes de interpretar o mundo de maneira argumentativa, o mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos. O mito existe do ponto de vista de uma razão que pretende separar-se da narrativa oral e da religião. Para tanto, os relatos míticos e sustentam na crença, na fé em forças superiores que protegem ou ameaçam, recompensam ou castigam. Os mitos consistem um discurso de tal força que se estende por todas as esferas da realidade vivida. Desse modo, os modelos de construção mítica são de natureza sobrenatural, isto é, recorre-se aos deuses para essa compreensão do real. Ele é sombra que toda forma de discurso verdadeiro projeta, por contraste, na hora em que a verdade não aparece mais como mensurável.

OS RITUAIS Segundo Mircea Eliade, uma das características do mito é fixar os modelos exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas. Assim, os gestos dos deuses são imitados os rituais, e a justificativa dada pelos teólogos e ritualistas índios é: "Devemos fazer o que os deuses fizeram no princípio"; "Assim fizeram os deuses, assim fazem os homens". A resposta dada pelos povos nativos da Austrália, pela qual celebrava as cerimônias é: "porque os ancestrais assim os escreveram". Em seus rituais, os aruntas não se limitavam a representar/imitar a vida, tudo se passava como se os antepassados aparecessem de fato nas cerimônias . O tempo sagrado não é simples comemoração, mas a ocasião pela qual o evento sagrado, que teve lugar no passado mítico, acontece novamente. Caso contrário, a semente não brotará da terra, a mulher não será fecundada, a árvore não dará frutos, o dia não sucederá