Consciencia Mitica
O termo mito tem diversos significados. Pode significar: uma ideia falsa, como quando se diz “o mito da superioridade racial dos germânicos difundidos pelos nazistas”; uma crença exagerada no talento de alguém, como em “Elvis Presley foi o maior mito da música popular mundial”, ou ainda algo irreal e supersticioso, como o “mito do saci-pererê”.
Quando falamos em mito num sentido antropológico, que é o que nos interessa aqui, queremos nos referir às narrativas e ritos tradicionais, integrantes da cultura de um povo, principalmente entre as populações primitivas e antigas, que utilizam elementos simbólicos para explicar a realidade e dar sentido à vida humana. Para o especialista romeno em história das religiões Mircea Eliade (1907-1986): “O muito conta uma história sagrada: ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial (...) O mito narra como, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir”.
Através dos mitos, os homens procuravam explicar a realidade e, a partir dessa explicação, criavam meios para, por exemplo, se proteger dos males que os ameaçavam. Por intermédio de ritos sagrados, afirmavam e renovavam suas alianças com os seres sobrenaturais e, com isso, produziam uma sensação de amparo diante dos perigos da vida.
Embora não fosse um conhecimento do tipo racional, conforme veremos adiante, a consciência mítica mostrava-se operativa, isto é, trazia resultados, transmitindo valores e normas de conduta desejados pelas sociedades. Nesse sentido, as lendas míticas de vários povos são ricas em metáforas e reflexões sobre os homens e sua condição do mundo.
Consciência religiosa
A consciência religiosa compartilha com a consciência mítica o elemento do sobrenatural, a crença em um poder superior inteligente, isto é, a divindade. No entanto, é uma consciência que, historicamente, conviveu, dialogou e debateu com a razão filosófica e cientifica. Sua diferença em relação a esses saberes está na crença em