CONJUNTOS HABITACIONAIS DA URSS NOS ANOS 20
A quem pertence o mundo? Antes de mais nada, às multidões anônimas que povoam os casebres das grandes cidades, aos trabalhadores, às massas que, se a estas responderam, cada um a seu modo e segundo a situação existente em seu país, os pioneiros da arquitetura “moderna”, colocando seus conhecimentos, seu talento e seu entusiasmo a seu serviço do que eles acreditavam ser o “sentido da história”. É por isso que o
“moderno” não foi para eles um estilo, mas uma causa pela qual freqüentemente sacrificaram aquilo que, para maior parte de seus colegas, constituía justamente a gratificação que se poderia esperar do exercício
(KOPP, 1990, p. 24).
Figura 2:
Habitação operária na Rússia pré-revolucionária, final do século 19.
Fonte: KOPP, 1990, p. 78.
tradicional da profissão de arquiteto: dinheiro e fama.
Análise de sua contribuição à habitação coletiva em São Paulo
esperava, viriam a ser os verdadeiros autores da história,
Eduardo Kneese de Mello | Arquiteto
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Figura 3:
Estudos realizados pela comissão do Stroïkom para a construção de habitaçõestipo econômicas. Arquitetos Moisei Guinzburg, Mikhail Barshch, Alexander
Pasternak, Grigory Sum-Shik e Vyacheslav Vladimirov.
Fonte: De Feo, 2005, p. 246.
Figura 4:
Plantas, detalhe pilotis e foto da fachada das habitações Narkomfin, 1928-1929.
Arquitetos Moisei Guinzburg, Ignaty Millins.
Fonte: De Feo, 2005, p. 250.
Desde sua consolidação, na Europa, no início dos anos de 1920, o Movimento Moderno esteve identificado com preocupações sociais, priorizando o atendimento às demandas da produção em massa, relacionadas à urbanização e à industrialização. Nesse sentido, a habitação coletiva, englobando seus equipamentos, que já vinha se fazendo tema da
O contexto econômico, social e político em que se consolidam as posturas do Movimento
Moderno na arquitetura e no urbanismo deve ser considerado. Este contexto é o do pósguerra, Primeira Guerra Mundial (1914–1918).