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O Desenho da Cidade: o Movimento Moderno e as propostas de uma nova forma urbana entre 1920 e 1960.
O Desenho da Cidade: o Movimento Moderno e as propostas de uma nova forma urbana entre 1920 e 1960
Eloísa Petti Pinheiro
Introdução
Nos últimos 30 anos, podemos identificar dois fenômenos relativos aos estudos urbanos: o renovado protagonismo da dimensão arquitetônica do urbanismo, com ênfase no projeto urbano, e o ressurgimento e desenvolvimento dos estudos histórico-urbanísticos, com a proliferação de análises sobre a evolução das formas urbanas. Os dois partem da consideração da cidade como arquitetura ou como um conjunto de arquiteturas em grande escala1
Tendo esta identificação como ponto de partida, este texto se propõe a sistematizar, ainda que de forma introdutória e pontual2, as principais propostas de novas formas urbanas entre os anos
1920-1960. Esta análise se baseia não apenas nos desenhos e projetos para a cidade, como também nas propostas teóricas e escritos que, não necessariamente, se traduziram em planos concretos. Neste texto nos manteremos no limite temporal de 1920-1960, quando o Movimento Moderno se traduz na busca de uma nova forma urbana, que se contraponha à cidade tradicional. Mas os
CIAM e a Carta de Atenas não representam um pensamento único no período estudado, outras propostas de forma urbana, que não se identificam com o Movimento Moderno, alguns com a volta da forma tradicional, clássica, ou a busca por uma nova forma através da desurbanização ou mesmo uma nova função para o centro tradicional. É a partir dos textos que visamos entender como pensamentos contemporâneos propõem formas urbanas diferentes e estruturam as necessidades da vida urbana de forma distinta, partindo de questões comuns. As diversas respostas aos problemas urbanos têm como ponto de partida a pobreza e o caos resultante da cidade industrializada. Esta discussão se inicia em meado do século XIX quando identificamos