Conflitos urbanos
Fábio Augusto Rodrigues e Silva
INTRODUÇÃO
De acordo com dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2008, grande parte da população mundial habitará regiões consideradas urbanas. Esse crescimento populacional urbano expressivo, ainda é pequeno em relação ao que deve acontecer nos próximos anos. Espera-se que em pouco mais de quarenta anos a população urbana seja duplicada, sendo que a maior parte deste crescimento se dará em países em desenvolvimento e nos países mais pobres da Ásia e da África (MARTINE, 2007)
Essa transição urbana tem acontecido em magnitude e velocidade muito maiores do que registrados em épocas anteriores, sendo que essa movimentação e acomodação maciça de pessoas permitem apresentação de problemas como à concentração do desemprego e do subemprego, o crescimento das favelas, o aumento da violência e da criminalidade, à degradação ambiental, ao aumento da miséria urbana (MARTINE, 2007).
Em Belo Horizonte e sua região metropolitana, a exemplo de outras grandes metrópoles do mundo (SACARINGELLA,2001) um dos graves problemas está relacionado à questão da mobilidade urbana (SOUZA e BRITO, 2008 e MATOS et al, 2003).
Para entender esse problema, apresento algumas definições:
A mobilidade é interpretada como a capacidade dos indivíduos se moverem de um lugar para outro e depende da performance do sistema de transporte, da hora do dia e da direção na qual o indivíduo pretende viajar, bem como de suas características individuais, tais como renda, propriedade de veículo, recursos que se pode gastar na viagem, sexo, idade, etc. (SOARES, 2004)
Já a mobilidade urbana é entendida como: “um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infra-estrutura (vias, calçadas, etc.) que possibilitam esse ir e vir cotidiano.