Problemas urbanos e conflitos sociais
Para compreendermos as particularidades e a essência dos “problemas urbanos”, descrevemos quais seriam alguns desses problemas: a violência no trânsito; os quebra-quebras de protesto em estações ferroviárias ou de ônibus; os conflitos entre quadrilhas rivais de traficante de drogas; os choques entre gangues de ruas ou bairros diferentes, associando esses problemas às peculiaridades do espaço urbano (formas espaciais, modos de vida e estratégias de sobrevivência). Existem dois grandes problemas, que se associam fortemente às grandes cidades: a da pobreza e a da segregação residencial. A pobreza, à primeira vista nada parece ter de típica ou especificamente urbana. Contudo, a pobreza urbana se reveste de peculiaridades, tanto por conta de suas formas de expressão espacial característica (favelas, periferias pobres, áreas de obsolescência), quanto por causa das estratégias de sobrevivência, legais e ilegais, que a ela se vinculam (do comércio ambulante ao tráfico de drogas de varejo). Já se tratando de segregação residencial, ela é, essencialmente, um produto da cidade. A segregação residencial é resultado de vários fatores, os quais, em si, são altamente problemáticos: da pobreza (e do racismo, sobretudo em uma situação como a dos EUA) ao papel do estado na criação de disparidades espaciais em matéria de infra-estrutura e no favorecimento de moradores de elite. A segregação deriva de desigualdades e, ao mesmo tempo, retroalimenta desigualdades, ao condicionar a perpetuação de preconceitos e a existência de intolerância e conflitos. À pobreza urbana e à segregação residencial podem ser acrescentados outros problemas, não raro intimamente associados com elas duas. Um deles é o da degradação ambiental, em relação à qual, aliás, se percebe, em cidades como as brasileiras, uma interação entre problemas sociais e impactos ambiente de tal maneira que vários problemas ambientais, que irão causar tragédias sociais (como