Conceito Gestão de Risco
Na saúde, a principal referência sobre as questões relacionadas com a segurança do doente, e relacionada com a gestão do risco em saúde, é a Estrutura Conceptual da Classificação Internacional para a Segurança do Doente (CISD) da Organização Mundial de Saúde.
Outra referência, mais específica para a gestão do risco, embora numa visão mais abrangente, é o conjunto de normas ISO sobre a gestão do risco. Deste organismo temos as seguintes normas:
ISO 73:2011 Gestão do Risco – Vocabulário;
ISO 31000:2012 Gestão do Risco – Princípios e linhas de orientação;
ISO 31010:2009 Gestão do Risco – Técnicas de avaliação do risco;
Os principais conceitos que vamos abordar são os seguintes:
1. Perigo;
2. Risco;
3. Vulnerabilidade;
4. Evento;
5. Frequência e verosimilhança;
6. Consequência;
7. Perda (ou dano);
8. Nível de Risco;
9. Tratamento do Risco;
10. Controlo;
11. Risco Residual;
12. Resiliência;
Vamos abordar estes conceitos enquadrados nas normas ISO, linguagem de referência para a gestão do risco e, sempre que possível, na CISD que é a linguagem de referência da segurança do doente.
1. Perigo.
Na norma ISO 73:2009, perigo é “Fonte potencial de dano” (3.5.1.4). Um perigo pode ser uma fonte de risco (fonte de risco é o elemento que individualmente ou em combinação tem o potencial intrínseco para dar origem a risco).
A CISD define “Perigo: Uma circunstância, agente ou ação com potencial para causar dano” (9).
Em Saúde Higiene e Segurança no Trabalho (SHST) que tem como referência o quadro conceptual da Occupational Safety and Health Administration (OSHA) os perigos são tipificados pelos agentes. Fala-se em perigos biológicos se o agente é biológico, perigos físicos se o agente é o ruído ou a vibração, por exemplo. No entanto, o princípio é o mesmo: considera-se o potencial para causar dano.
2. Risco.
A norma ISO 73:2009 define risco como “Efeito da incerteza na consecução dos objectivos” (1.1). O efeito pode ser positivo ou negativo.