Conceito de Virtú e Fortuna segundo Maquiavél
A ideia de fortuna em Maquiavel vem da deusa romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode saber a quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém ao poder como tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.35
Era o que dizia o Maquiavel: você precisa das duas: virtù e fortuna. Numa definição modernizada, virtù é o conjunto das nossas qualidades pessoais e fortuna são os fatores fora de nosso controle, digamos, a nossa “sorte”. Para ter sucesso na vida, inclusive na vida profissional, você precisa de ambas. Até certo ponto, muita fortuna compensa um pouco de falta de virtù e vice-versa, mas há limites. Precisa ser muito, um rematado bocó precisa de muita, muita sorte mesmo, para conquistar sucesso profissional. E, se você for absolutamente azarado, precisa ser muito gênio para dar um par de passos na carreira.
A Virtù trata-se da capacidade do príncipe em controlar as ocasiões e acontecimento do seu governo, das questões do principado. O governante com grande Virtù constrói uma estratégia eficaz de governo capaz de sobrestar as dificuldades impostas pela imprevisibilidade da história. Assim, o político com grande Virtú observa na Fortuna a probabilidade da edificação de uma estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade, agindo frente a uma determinada circunstancia, percebendo seus limites e explorando as possibilidades perante a mesma. Destaca-se também a