a vicios que são virtudes: maquiavel, teorico do realismo politico
“Há vícios que são virtudes”: Maquiavel, teórico do realismo político.
Dificilmente há de se encontrar um pensador tão polemico na ciência ou na filosofia politica quanto Nicolau Maquiavel. Se pudesse, nem o próprio personagem imaginaria os quanto a paginas de seus textos provocariam tantas discursões e, nunca é demais dizer, inspirariam tantas ações politicas nos últimos cinco séculos. Para inúmeros pensadores e nomes da política, os escritos maquiavelianos serviram ora como guia de reflexão, ora como guia de ação.
Se é correto dizer que a igreja julgou “pecaminosas” as lições de Maquiavel, também é correto salientar que tais lições permanecem desafiando saber politico contemporâneo, como a comprovar que, se a política tem uma lógica, ela foi, em grande parte, apreendida e revelada por Maquiavel.
É possível dizer que a vida de Maquiavel e marcada por fases bem distinta, constituídas por uma infância e juventude em que o autor teve sólida educação e formação humanística, seguida por uma vida profissional curta porém intensa, capaz de fornecer vasto material sobre a pratica política em tempo de renascimento. A formação sólida e a pratica política se encontrariam mais tarde nas páginas dos textos maquiavelianos. A ultima fase é marcada pela tentativa intrutífera de retorno a vida pública, fase esta vivida no afastamento e no ostracismo nos arredores de Florença. Sigamos, pois a trajetória da vida desse pensador, para em seguida para adentrarmos o estudo de sua obra política, sobre tudo de O Príncipe, o mais famoso de seus trabalhos.
Não é possível entender completamente a obra de Maquiavel sem analisar o contexto em que ela surge. Esse contexto é marcada ela nova visão de mundo proporcionada pelo surgimento do renascimento, movimento cultural que revolucionou a Europa pois medieval em vários campos como os das artes plásticas, da literatura, da dramaturgia, da filosofia e das ciências.
O renascimento traz em seu bojo a redescoberta dos valores da