politica
Dificilmente há de se encontrar um pensador tão polêmico na ciência ou na filosofia política quanto Nicolau Maquiavel.
Para inúmeros pensadores e homens da política, os escritos maquiavelianos serviram ora como guia de reflexão, ora como guia de ação.
Se é correto dizer que a igreja julgou “pecaminosas” as lições de Maquiavel, também é correto salientar que tais lições permanecem desafiando o saber político contemporâneo , como a comprovar que, se a política tem uma lógica, ela foi, em grande parte, apreendida e revelada por Maquiavel.
Temas como a natureza humana, a história, as habilidades políticas, a fortuna estarão presentes tendo como pano de fundo o Renascimento, movimento que abriu as portas para um mundo novo e devolveu ao homem suas capacidade criadora. De que maneira isso transparece na obra de Maquiavel é o que esse texto buscará mostrar.
Maquiavel teve boa formação, e fora nascido em uma família intelectual. Os livros eram como parte da família e foram muito bem aproveitados. Na ultima fase de sua vida Maquiavel voltaria a viver intensamente na companhia dos filósofos clássicos. Durante pelo menos 4h, todas as noites, o pensador se entregava à leitura de autores como Lívio, Políbio, Tucídes e Xenofonte, dentre outros, que se fariam presentes, como resultados desse “intenso contato”, na mais importante obra de Maquiavel: O Príncipe.
Eis, portanto, uma face pronta desse pensador renascentista: a sólida leitura dos pensadores humanistas: o mergulho na tradição filosófica grega e romana da antiguidade, bem ao estilo do movimento cultural que ora dominava a Europa.
Para entender, no entanto, o sentido de sua obra, a fonte de seus ensinamentos, é necessário conhecer a outra face dessa formação: a experiência como homem de Estado, funcionário a serviço da chancelaria de Florença, cargo que lhe valeria a observação arguta das