Análise crítica da obra O Princípe
A) Esclarecer o alcance das três figuras alegóricas essenciais a obra, a primeira delas, o “Príncipe”, devendo as outras duas ser apontadas pelos estudantes conforme sua leitura da obra, restando claro que ambas se relacionam com o que caracteriza o Príncipe na visão de Maquiavel; deve-se explicar o que significam, apontando seu alcance espacial (lugar) e temporal (tempo). No contexto histórico em que foi escrito o Príncipe, a Itália, estava dividida em varias regiões conhecidas como principados, o que acabava por torna-las mais vulneráveis a ataques inimigos, uma vez que cada principado tinha o seu príncipe ou governante. Nesse sentido, “O Príncipe” representa a pessoa física, ou seja, aquela que é soberana e governa. Para Cassirer:
No Estado, o poder mais alto encontra-se concentrado no imperador, que delega este poder para seus inferiores, os príncipes, os duques e todos os outros vassalos. Esse sistema feudal é uma imagem e uma réplica exata do sistema hierárquico geral; é uma expressão e um símbolo dessa ordem cósmica universal estabelecida por Deus e que é, portanto, eterna e imutável (CASSIRER, 2003, p.163). Maquiavel observou que o príncipe, para a construção de uma sociedade forte e soberana ou qualquer outro governante, deve contar para ter sucesso, com sua habilidade pessoal, sua determinação, seus méritos e valores. A essas qualidades Maquiavel denominou Virtú, ou traduzindo do Latim para o Português: Virtude. Um termo que segundo o filósofo e cientista político Janine Ribeiro(2005) se evita traduzir, se a tradução do conceito de Virtù for compreendida como simplesmente virtude, acabar-se-á pensando nas virtudes morais, cristãs etc... Quando que por Virtù, o que Maquiavel, segundo Janine Ribeiro, quer entender, é a qualidade específica do VIR usando o termo latino que vem das palavras VIRÍL ou do termo VARÃO: o homem (sexo masculino) que para os romanos tinha um