Comunidade E A Escola
RESUMO
Com o objetivo de avaliar essa parceria, efetivamos pesquisas em uma escola pública e outra conveniada, utilizando questionários e entrevistas. As respostas dos alunos e membros da comunidade evidenciaram diferenças de posicionamentos. Por exemplo: na escola pública houve queixas de ausência de interações o que resultou em sentimentos de não pertencimento e indiferença; já na escola conveniada a comunidade sente-se responsável pela escola, graças principalmente às oportunidades de interações estabelecidas. Concluímos que a comunidade reconhece a importância de se envolver nas ações escolares, cabendo a escola viabilizar esse acesso, estruturando um ensino efetivamente significativo.
Introdução
Mais de vinte anos se passaram desde o término da ditadura militar, e o povo brasileiro vem reconquistando sua atuação nas decisões políticas, portanto, a escola deve investir em projetos político-pedagógicos que contribuam com a ação cidadã consciente e responsável. Esse pressuposto é reforçado por Freire (2005, p. 79), o qual enfatiza que contextos não são imutáveis.
Não se trata obviamente de impor à população espoliada e sofrida que se rebele, que se mobilize, que se organize para defender-se, vale dizer, para mudar o mundo. Trata-se na verdade – não importa se trabalhamos com alfabetização, com saúde, com evangelização ou com todas elas –, de, simultaneamente com o trabalho específico de cada um desses campos, desafiar os grupos populares para que percebam, em termos críticos a violência e a profunda injustiça que caracterizam a sua situação concreta. Mais ainda, que sua situação concreta não é destino certo ou vontade de Deus, algo que não pode ser mudado.
Certamente a escola, nicho tradicional de socialização de conhecimentos (NOGUEIRA, 1999)