Comunicação nos espaços midiáticos
- Em que medida essas práticas contribuem para transformar a estrutura clássica produção–distribuição–exibição?
- Até que ponto cineclubes e projetos itinerantes são periféricos, já que no interior do país sequer existem salas de cinema?
- Que implicações esse circuito pode ter no sentido de configurar as competências cinematográficas do público?
- Como formar platéias com sessões itinerantes esporádicas?
A ideia, nestas considerações finais, não é a de responder, mas justamente provocar. Pois, se em uma primeira passada de olhos pode nos parecer que essas propostas promovam a recepção coletiva, a cria- ção de platéias, é preciso observar, problematizar, tensionar. Digo isso, porque muitas das atividades itinerantes, por exemplo, não retornam mensalmente aos mesmos locais para exibição. Sendo assim, como formar público para o cinema brasileiro com espectadores que parecem consumir, majoritariamente, filmes estrangeiros? Ou seja, não basta promover o acesso esporádico, mas sim o consumo sistemático, algo que é visto, por exemplo, no trabalho de muitos cineclubes que possuem sessões semanais de exibição de filmes. Mas como aumentar o número de pessoas que frequentam essas sessões? É preciso investir em projetos de exibição de cinema nacional que pensem no espectador de cinema, que o conheçam. E que conheçam o contexto em que ele está inserido. 29
Circuito de exibição periférico
É necessário considerar, por exemplo, que um sistema de exibi- ção importado dos Estados Unidos, o qual estabelece a noção de sucesso de bilheteria em dezenas de milhões de espectadores, passa a sedimentar no imaginário do público a ideia de que o blockbuster é o verdadeiro cinema (BARONE, 2008). Conforme Barone
É impossível construir uma “indústria” ou mesmo dimensionar a atividade cinematográfica