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Saber usar a palavra é uma arte. No artigo intitulado A arte de palavrear, publicado na revista "Conhecimento Prático Filosofia", n. 17, a autora Isabella Meneses discute a retórica (arte de utilizar bem as palavras e de argumentar) utilizada pelos políticos para convencer ou persuadir seus eleitores. Destacamos alguns trechos desse artigo:
Que os políticos gostam de falar (e realmente precisam falar) todos sabem; o que poucos têm noção é que, na maioria das vezes, as palavras que são ditas nos discursos políticos não são jogadas a mesmo, mas, ao contrário, exaustivamente pensadas, estudadas e ensaiadas. A essa 'arte-técnica' da oratória dá-se o nome de retórica.
Aristóteles teoriza que a maneira mais importante e efetiva para obter sucesso em persuadir o elei¬torado e dissertar sobre as coisas públicas é entender profundamente as formas de governo, assim como seus costumes, suas instituições e seus interesses.
João Bôsco Cabral dos Santos [...] explica [...]: 'o orador chama atenção construindo uma imagem que espelhe aquilo que seus ouvintes gostariam de ouvir. A gesticulação e a forma como se aproxima, toca e fala com as pessoas têm que estar em sintonia com a forma como as palavras são ditas e como esse orador direciona seu olhar'.
Ele [Barack Obama] convence porque argumenta (logos), porque emociona (pathos) e porque há um "eu" que diz 'vós' e é reconhecido (ethos).
[...] o Brasil tem um presidente – considerado por alguns um demagogo – que também tem o dom da palavra.
Para Joly, mesmo que o senso comum ligue retórica à enganação, se as pessoas souberem avaliar os discursos políticos tendo em vista sua construção retórica, elas terão meios suficientes para analisar