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Hélio José dos Santos SOUZA Rodrigo ANDIA Rogério VAGNA 2
RESUMO Trata-se de apresentar os principais elementos da crítica de Hume à religião natural. Através da investigação levada a cabo nos Diálogos sobre a religião natural, mostra-se um conjunto de objeções aos principais argumentos que têm por objetivo fundamentar a religião por meio de justificativas racionais. Diante de propósito demasiado amplo para a estreiteza de nossa razão, Hume conclui que somente a fé deve ocupar-se com tal assunto. PALAVRAS-CHAVE: Religião natural; Desígnio; Razão; Ceticismo; Fé.
Os Diálogos sobre a religião natural, publicados postumamente em 1779, são os escritos mais significativos deixados por David Hume acerca da religião. Restrições sobre o livre debate do tema à época terão levado Hume a não contestar, mais abertamente do que o faz, os princípios da religião natural, o que de modo algum compromete a sua análise. A questão da existência de Deus, por exemplo, aparentemente não discutida, permeia implicitamente a obra através da análise do argumento que busca provar “[...] a existência de uma Divindade e sua semelhança com a mente e inteligência humanas.” (HUME, 1992, p. 31). Hume investiga a religião aplicando o princípio empirista de que todo o conhecimento é derivado da experiência. Para uma melhor compreensão sobre a base do pensamento humeano e sua aplicação nos Diálogos, é importante considerar, em particular, o Tratado da natureza humana (1739-1740) e a Investigação acerca do entendimento humano (1749).
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Esse artigo resulta dos trabalhos elaborados pelo Grupo de Pesquisa “Em torno do Iluminismo”. Graduandos do curso de Filosofia, respectivamente dos 2º, 3º e 2º anos da Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP, CEP 17525-900, Marília, São Paulo – Brasil, com orientação do Dr. Ubirajara Rancan de Azevedo Marques.
Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 4, n. 2, 2004.
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Ceticismo e empirismo são elementos