Como fugir do niilismo
Para seus seguidores toda e qualquer possibilidade de sentido, de significação da existência humana, inexiste. Não há forma alguma de se responder às questões levantadas pelo Homem. Eles desprezam convenções, verdades absolutas, normas e preceitos morais. A própria expressão Niilismo já denota seus propósitos, pois vem do latim nihil, ‘nada’. Até mesmo os princípios estéticos são repudiados por eles.
Para Volpi (1999), o niilismo como problema aparece como a expressão dos esforços artísticos, literários e filosóficos direcionados para a vivência do negativo e do profundo mal-estar sentidos na sociedade moderna.
As grandes descobertas da ciência moderna abriram um novo mundo para o homem, um mundo desconhecido, repleto de possibilidades, mas ao mesmo tempo destruiu as antigas certezas da metafísica e da religião que davam segurança e norteavam sua vida, provocando uma cisão entre o mundo sustentado pelo saber tradicional e o novo mundo apresentado pela ciência moderna.
O problema do niilismo nos revela que a crise de sentido que o homem moderno experimenta se dá devido ao abalo das “verdades” tradicionais. Os valores e leis tradicionais que regulavam sua existência entraram em decadência, por não mais responderem ao seu anseio. Esses valores e leis tradicionais eram os que alimentavam de sentido e finalidade o existir humano, justificando a sua vida, ao se desvalorizarem, o homem ficou em um mundo sem horizonte, sem referência, sem fundamento. E essa nova condição de existir do homem é experimentada como um vazio, como niilismo.
Em sua Obra O niilismo, Volpi trata especialmente de um niilismo no pensamento russo, que surgiu no final do século XIX tornando-se um fenômeno generalizado na Rússia. O niilismo no pensamento russo aparece como revolta dos “filhos contra os pais”; da contestação da autoridade e da ordem vigente, do ataque aos valores da