Como sair do Niilismo
Embora a palavra niilismo tenha sua origem no idealismo alemão do final do século XVIII e início do XIX, tal conceito aparece enquanto objeto de uma reflexão filosófica primeiramente na obra de Nietzsche. Para o filósofo, tal conceito se referia à carência de ideais, à perda dos valores supremos e à total ausência de Deus como lugar dos valores mais elevados, da dimensão transcendental. Como um profeta, o autor descreve em sua obra a raiz dos males que assolariam o homem moderno tempos depois. Ao não conseguir mais explicar sua existência com base na ciência, na religião e em outras crenças, o homem dos tepos modernos percebe-se perdido, sem ter ideais para nortear sua vida. Vive em um tempo de esgotamento de informação e percebe-se ao mesmo tempo carente de explicação, pois não encontra sentido no que vê, não encontra valores sólidos nos quais se apoiar.
Nesse sentido, o niilismo é pensado como a derrubada de valores supremos. Consiste na transferência dos valores da esfera do ser e da transcendência para a esfera da vontade de potencia. Esta deve ser entendida, como um querer crescer e além disso como um querer também os meios. Assim, todos os juízos de valor são entendidos como consequências e perspectivas a serviço dessa vontade. A etapa conclusiva do niilismo corresponde a uma transvaloração radical dos valores supremos realizada após a transferência mencionada.
Entre o estado caracterizado pela destruição dos valores supremos tradicionais e a completa transvaloração desses valores existiria, contudo uma etapa intermediária, na qual o universo pareceria ao homem como desprovido de valor, carente de sentido. Esse momento pode dar origem ao que se chama de niilismo incompleto, que corresponde ao colocar no vazio no mundo supra-sensível deixado pelos valores supremos destruídos disfarces de valores supremos, tais como as doutrinas da felicidade universal, o socialismo e o saber científico.
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