como criar um inquérito
Desde os estudos de mercado às pesquisas puramente teóricas, passando pelas sondagens de opinião, poucas investigações psicossociológicas ou sociológicas empíricas existem que não se apoiem, parcial ou totalmente, em informações recolhidas em inquéritos (Ghiglione e Matalon, 1992).
Realizar um inquérito é interrogar um determinado número de indivíduos tendo em vista uma generalização. Este consiste, portanto, em suscitar um conjunto de discursos individuais, em interpretá-los e generalizá-los, onde o investigador intervém colocando questões, mas sem intenção explícita de modificar a situação na qual atua enquanto inquiridor, ou seja, o investigador enquanto inquiridor não poderá induzir as respostas que procura.
O recurso ao inquérito é necessário de cada vez que temos necessidade de recolher informação sobre uma grande variedade de comportamentos de um mesmo indivíduo, comportamentos esses cuja observação direta, mesmo que possível, levaria demasiado tempo, ou seria completamente impossível por se referir ao seu passado. Quando procuramos saber em que condições um indivíduo consegue sobreviver nos dias de hoje, em quem votou nas últimas eleições, ou quando comprou um carro pela primeira vez, em geral não há nada mais a fazer senão perguntar-lho. Recorre-se igualmente ao inquérito quando a observação direta de certos comportamentos pressupõe uma intimidade frequente e, em termos práticos, inaceitável de um ponto de vista deontológico. Em cada uma das situações o inquérito aparece como substituto de uma observação muito difícil ou impossível. Recorremos então a este método para compreender fenómenos como as atitudes, as opiniões, as preferências, as representações, etc.
Existem dois tipos de inquéritos: Inquéritos por questionário e inquéritos por entrevista.
Inquérito por questionário é um conjunto de questões ou itens num formato escrito que é auto administrado. Permite a recolha de informação através de um registo escrito, constituído por um