claudio ramos
Textos literários em meio eletrônico
Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa
Edição de Referência:
A Poesia dos Inconfidentes, Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1996.
VILA RICA
Poema de CLÁUDIO MANUEL DA COSTA, Árcade Ultramarino, com o nome de GLAUCESTE SATÚRNIO, oferecido ao Ilmo e Exmo Sr. Conde de Bobadela
Ano de 1773
Ultra gargantas, et Indos proferet imperium
VIRGÍLIO, Eneida, VI
ÍNDICE
Carta dedicatória Prólogo Fundamento Histórico Canto I Canto II Canto III Canto IV Canto V Canto VI Canto VII Canto VIII Canto IX Canto X
CARTA DEDICATÓRIA
Ilmo. e Exmo. Sr.,
Depois de haver escrito o meu Poema da fundação de Vila Rica, Capital das Minas Gerais, minha Pátria, a quem o deveria eu dedicar mais que a V.Exa.? Há muito que ansiosamente solicito dar ao Mundo um testemunho de agradecimento aos benefícios que tenho recebido da Excelentíssima Casa de Bobadela: este me persuado que o pode ser, se não pelo mais completo, ao menos pelo mais puro: a idade que o ler confessará ingenuamente que não obrou a lisonja, aonde sobressai a verdade. Dirão que adornei de louvores os preclaríssimos nomes de V.Exa. e do Esmo. Sr. Gomes Freire de Andrada, bem digno Irmão, mas poder-se-á conhecer ao mesmo tempo que me deu dilatadíssimo campo um merecimento a todas as luzes sólido, grande e incontestável. Quem ignora que por quase trinta anos descansaram com felicidade nas mãos dos Exmos. Freires as Minas do Ouro do nosso Portugal? Quem não viu alegres os Povos, satisfeito o Monarca e conseguida em toda a sua extensão a igualdade da justiça por todo este espaço do saudoso governo daqueles Heróis? Pudera produzir muitas provas, se me não sobrasse por todas a mesma diuturnidade dos anos que refiro. Parece que o Rei desejava fazer eternos na proteção destes Vassalos, tão apartados do seu trono, aqueles espíritos que tanto