Classicismo
O renascimento – importante movimento de renovação científica e cultural ocorrido na Europa – marcou o nascimento da Idade Média e influenciou o surgimento do classicismo. Baseado num ideal racionalista, universal e impessoal, o classicismo surge tecendo uma relação com a estética formalista.
Com o surgimento da corrente classicista, os valores entraram em transição e tudo aquilo que era considerado divino dá lugar ao que agora é humano. Assim, o teocentrismo – Deus como centro do mundo - cede lugar ao antropocentrismo e a sua visão de homem como “medida de todas as coisas”; e o teologismo e o abstrato são substituídos pelo paganismo e cientificismo. É a partir do surgimento desse movimento que alguns poetas, tais como Luís Vaz de Camões e Sá de Miranda, são exaltados e a poesia torna-se a manifestação literária mais influenciável da época.
Considerado o grande poeta do Classicismo, Camões alcançou a grandiosidade com suas obras pela junção da sua destreza em utilizar na sua escrita o conjunto entre arte – entendida aqui como eloqüência – e engenho, visto como o talento. A poesia épica de Camões é representada, de acordo com o autor, pela escrita da história de Portugal, no poema Os lusíadas. Neste poema, ele canta “a glória do povo navegador português”, verdadeiros heróis do poema e a memória dos reis que “foram dilatando a fé, o Império”. Sua poesia foi dividida entre o tradicionalismo das redondilhas - Maneira Medieval – e o estilo clássico proveniente do renascimento e suas ramificações – Maneira Clássica. A poesia tradicionalista de Camões era integrada por suas próprias experiências e com isso, o poeta transcendia entre o mundo “sensível” e o mundo “inteligível”, alcançando assim a poesia clássica dentro da própria poesia