Surgido no século XIV, na Itália, o Classicismo (também chamado de Quinhentismo em outros lugares) surgiu após a transição humanista que marcou o período de mudança da Idade Média para o Renascimento, sendo o movimento literário que ilustra as transformações renascentistas, com forte influência das regras clássicas greco-latinas. Após a transição humanista, o Renascimento surgiu como uma arte que, em sua totalidade, viu se livre da Igreja e da fé, com novos costumes vindos das outras terras descobertas durante a expansão marítima. As descobertas astronômicas, matemáticas e científicas foram aperfeiçoadas e desenvolvidas. O pensamento filosófico do Renascimento colocou o homem como centro do universo, valorizando a razão, a realidade concreta e o potencial do homem de mudar esta realidade à sua volta e o mundo. Em Portugal, no século XVI, havia uma divisão entre o país antigo e medieval e o renovado pelas Grandes Navegações. Pode-se dizer que a figura de D.João III foi determinante para o surgimento do Renascimento (e consequentemente do Classicismo) em Portugal: em seu reinado, que durou de 1521 até 1557, construiu-se a Universidade de Coimbra e o Colégio das Artes, que introduziu o ensino de latim, grego, matemática, lógica, filosofia, adequando a educação aos princípios renascentistas. Assim como a arte do período, a literatura classicista foi marcada pela presença de elementos da cultura clássica, com valorização do homem, da vida terrena. Havia também uma busca de equilíbrio entre razão e emoção, fazendo com que o Classicismo se firmasse como uma literatura que buscava o racionalismo. Deuses, seres mitológicos e símbolos pagãos próprios desta cultura clássica vieram colocar-se no lugar da Igreja, da fé e dos santos. Buscando a perfeição, os autores da época introduziram novos gêneros literários, como o soneto e a epopeia, utilizando o verso decassílabo para atingir essa perfeição. Em Portugal, além das ideias renascentistas, havia um sentimento