Clara Nunes e Suas Nuances
Departamento de Ciências Socias
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Clara Nunes: Luta na ditadura e propagação da cultura afro
Clara Nunes, mineira, filha de um violeiro de Reis, teve um papel mais que importante na propagação da cultura afro no Brasil das décadas de 60 a 80. Suas músicas, em maioria, tratavam das religiões de matriz africana, do tráfico negreiro (vinda dos negros pro Brasil), da escravidão, e outras tantas temáticas que circundam a cultura afro. Como exemplo, podemos usar a música "Misticismo da África para o Brasil":
"Eu venho de Angola
Sou rei da magia
Minha terra é muito longe
Meu gongá é na Bahia
Agô ô ô ô...
Lua alta som constante
Ressoam os atabaques
Lembrando a África distante
E o rufar dos tambores
Lá no alto da serra
Personificando o misticismo
Que aqui se encerra
Saravá pai Oxalá que meu samba inspirou
Saravá todo povo de Angola agô
Agô ô ô ô...
Lá na mata tem mironga
Eu quero ver
Lá na mata tem um coco
Nesse coco tem dendê
Das planícies as cochilhas
O misticismo se alastrou
No torvelhinho de magia
Que preto velho ditou
E o fetiche e o quebranto
Ele nos legou
Eu venho de Angola
Sou rei da magia
Minha terra é muito longe
Meu gongá é na Bahia
Tem areia ô, tem areia
Tem areia no fundo do mar, tem areia"
Em uma análise não muito aprofundada, já podemos notar a evocação a vinda dos escravos da África, com a mistura de elementos religiosos de religiões de matrizes africanas (o gongá), as entidades africanas, entre outras coisas. Em várias de suas músicas, Clara parece envolvida com todo o universo das crenças e misticismo afro-brasileiro que envolve o imaginário das suas músicas.
Como era extremamente popular, entoava ritmos leves, e com músicas critícas, e inteligentes, acabou por ter papel importante na propagação da cultura africana. Inclusive, a própria Clara se converteu a Ubanda. Suas músicas tem traços claros dessa