Ciências da saúde
MEMÓRIA E MEMÓRIA COLETIVA
Zilda Kessel é educadora e formadora do Museu da Pessoa é especializada em Museologia, com mestrado em Ciência da Informação. www.memoriaeducacao.hpg.ig.com.br Neste texto, procurarei apontar alguns dos conceitos relativos à memória que considero fundamentais para o trabalho com a memória de alunos professores e das comunidades escolares em que atuamos nos projetos de memória local.
O conceito de memória e a maneira como ela funciona vem sendo tema dos estudos de filósofos e de cientistas há séculos. Este conceito vem se modificando e se adequando às funções, às utilizações sociais e à sua importância nas diferentes sociedades humanas. Em cada época procurou-se explicar a memória utilizando-se de metáforas compreensíveis, construídas em torno de conhecimentos que caracterizavam o momento histórico. O poeta
Cícero explica a memória fazendo uma analogia às marcas deixadas na cera pelos homens. Atualmente muitos utilizam a metáfora do computador para explicar como a memória dos homens funciona.
Para os antigos gregos, a memória era sobrenatural. Um dom a ser exercitado. A deusa Mnemosine, mãe das Musas, protetoras das artes e da história, possibilitava aos poetas lembrar do passado e transmiti-lo aos mortais. A memória e a imaginação têm a mesma origem: lembrar e inventar têm ligações profundas. O registro era visto como algo que contribuía para o enfraquecimento da memória, ao transferi-la para fora do corpo do sujeito. Os gregos desenvolveram muitas técnicas para preservar a lembrança sem lançar mão do registro escrito. Além disso, reservaram ao sujeito que lembra um papel social
fundamental.
O
poeta
resgata
o
que
é
esquecimento. É uma espécie de memória viva do seu grupo.
importante
do
2
Para os romanos, a memória é considerada indispensável à arte retórica, uma arte destinada a convencer e emocionar os ouvintes por meio do uso da linguagem. O orador deveria conhecer as