Ciência política
Devemos reconhecer que a falta de especialização na academia brasileira, em comparação à alta fragmentação da academia americana, é, de fato, uma característica positiva que não deve ser descartada. Como mostra o exemplo americano, a separação da Ciência Política em especialidades isoladas em si mesmas, e das Ciências Sociais como um todo, contribui para o esvaziamento crítico do debate político e acadêmico.
O chauvinismo americano está por trás da crença em uma ciência social positivista e, ao mesmo tempo, democrática. Ele permite que essa ciência sobreviva sem a necessidade de criticar a si própria, e que sirva a interesses públicos e privados sem se perguntar se são de fato democráticos. Felizmente, devido à consciência que temos dos percalços de nossa história política, nós, brasileiros interessados no alargamento da democracia, talvez nunca tenhamos esse excesso de auto-confiança e, portanto, nunca devamos apostar cegamente em uma “Ciência” política democrática. Se nosso compromisso com a democracia é realmente sério, nosso compromisso com a Ciência deve ser bem relativo
ESTRUTURA INSTITUCIONAL E VOCAÇÃO CONSERVADORA
O autor inicia apresentando diversas teorias que criticam o positivismo e conservadorismo na ciência política. Ele cita Foucault, Gadamer e a Escola de Frankfurt.
Gadamer -> ressalta a filosofia hermenêutica, como uma forma para se esclarecer e compreender melhor o espaço político. * A tarefa da filosofia hermenêutica é proteger o espaço político do cientificismo empírico, baseado na razão prática da filosofia positiva.
A escola de Frankfurt-> a ciência positiva produz leis universais que contribuem para a reprodução e manutenção