Ciencia politica
“A ciência deve ser independente da política. Quer se dizer que a busca da verdade, que é função essencial da ciência, não deve ser influenciada por interesses políticos. Política como arte de governar é uma função da vontade, atividade que pressupõe a ação de valores, cuja realidade é o propósito dessa atividade (...). Já a ciência, é um processo de conhecer ; seu objetivo não é governar mas explicar; o cientista não deve pressupor nenhum valor, restringindo-se a uma explicação e descrição de seu objeto sem julgar se está em conformidade ou em contradição com um valor pressuposto. Os enunciados que ele descobre e explica o objeto de sua investigação não devem ser influenciados por valores que ele próprio acredita, pois são juízos sobre a realidade; são objetivos e independentes de desejos e temores de quem o julga, porque são verificáveis por meio da experiência (KELSEN, 2001, p.349).
Juízos de valor têm caráter subjetivo porque são baseados na personalidade do sujeito que julga e no elemento de sua experiência em particular (KELSEN, 2001, p.350).
A exclusão dos juízos de valor do campo da ciência parece ter uma exceção; que existe um valor que a ciência deve pressupor – a verdade, ou seja o cientista pode pronunciar legitimamente: o juízo de algo é verdadeiro ou falso. Contudo a verdade não é um valor no mesmo sentido que os valores na base da atividade política (...). Verdade significa conformidade com a realidade, não conformidade com um valor pressuposto (KELSEN, 2001, p.350-351).
Juízos sobre valores não contradizem juízos sobre a realidade . Na verdade apenas o seu significado não pode contradizer ou afirmar juízos sobre a realidade, é que são juízos no sentido especifico desse termo. Nesse sentido, a realidade e o valor são sempre duas esferas diferentes (KELSEN, 2001, p.350-352).
A ciência pode determinar o meio mas não um fim. Por