Assunto: fichamento; BOBBIO, Noberto. Dicionário de política. Brasília: EdUnB, 1992, p.164-169 [verbete “ciência política”]. Ciência política, em sentido geral, pode ser dita como o estudo dos fenômenos e estruturas políticas; contemporaneamente, no entanto, vem ocorrendo a aproximação do metódo de desenvolvimento da ciência política com a metologia das ciência empíricas, que pressupõem objetivismo e formulação de juízos com base em fatos precisos, afastando, assim, a ciência política da mera pesquisa e descrição dos fatos políticos, ou seja, distinguindo-a do que se chama filosofia política. A ciência política moderna distancia-se dos estudos políticos baseados na matriz tradicional do Direito, distanciamento esse evidente nas obras Die soziologische, de Ludwig Gumplowicz e Elementi di scienza politica, de Gaetano Mosca, considerados, pelo autor, Noberto Bobbio, como precursores da ciência política moderna. No século XX, o estudo da ciência política aproxima-se das ciência sociais, seja pelo uso de certos tipos de pesquisa ou pelo tipo de approach da análise do fenômeno político; prova disso é que nos Estados Unidos, onde o desenvolvimento das ciências sociais nos últimos cinquenta anos foi o mais evidente, o estudo da política como ciência empírica foi também o mais incentivado. Da esfera institucional, permeada pela matriz tradicional do Direito a ciência política passa, nesse momento, à esfera comportamental, onde o elemento básico do estudo da política é o comportamento do indivíduo e dos grupos que têm ação política (exemplo: voto). Quanto às técnicas de pesquisa, ao invés da coleta de dados da documentação histórica, processa-se, nesse momento, o emprego mais frequente da observação direta ou pesquisa de campo – e essa metodologia é uma consequência direta da aproximação à esfera comportamental da ciência política. Tudo isso contribuiu com o aumento de dados disponíveis ao cientista político, o que exigiu a criação de métodos e