Geografia da mobilidade : uma breve sistematização
Mariana Bravin Pereira
Estudante de Geografia da
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
Introdução
O artigo é um ensaio sobre o primeiro bloco temático da disciplina Geografia da Mobilidade, trazendo em seu conteúdo a bibliografia apresentada pelo professor, além de proposta para se pensar mobilidade. Neste contexto, a mobilidade – tanto a social, a cultural, e a do pensamento – será discutida em minha compreensão inicial, valendo-se das problemáticas colocadas em sala de aula.
Territórios e Mobilidades
Tendo o nome da disciplina uma carga de informação aberta, a escolha primeira foi a exibição do filme Jean Charles (2009) e a abordagem direta com o texto “Desterritorialização e Mobilidade”, de Rogério Haesbaert.
Em seu trabalho, Haesbaert discute o território e sua conseqüente desterritorialização, resultante a partir dos tipos de mobilidade – ou não – dos indivíduos. Assim, é seguido uma análise sobre três conceituações principais: o sedentário/vagabundo, o nômade e o migrante.
O autor, usando o fragmento de Braidotti (1994:22), em que relata ser o nômade “sujeito que abandona toda a idéia, desejo ou nostalgia de fixidez”, explica, neste sentido, que:
“não se trata de um indivíduo desterritorializado, pois o território pode ser definido também como repetição do movimento, entendida a repetição como um espécie de movimento ‘sob-controle’ “.
Quanto ao vagabundo, existe uma comparação direta com o indivíduo nômade, utilizando-se da modernidade como criadora da imprevisibilidade do movimento – sendo a mesma defensora da territorialidade e controle da mobilidade – vivido pelo vagabundo. Neste sentido, Haesbaert afirma que “é o vagabundo (e não o nômade) que encarna o verdadeiro movimento pelo movimento, sem um sentido definido”.
Na terceira figura, a do migrante, Haesbaert questiona em que sentido as migrações são processos de