CIÊNCIA PARA O SÉCULO XXI: uma nova visão e uma base de ação
Uma vez que a globalização conecta de forma inseparável os destinos de todos os seres humanos do planeta, ocorre que uma discussão pública sobre a ética das pesquisas científicas e de suas aplicações técnicas deve ser uniforme em todos os países. A ciência está a serviço da melhoria e não da degradação da condição humana. Por isso, ela deve reduzir, e não piorar as desigualdades sociais. O principal foco da ciência aplicada de hoje deve ser o de reduzir a pobreza e auxiliar a erguer todos os níveis da sociedade mundial a padrões de vida decentes.
Nesse processo a ciência e a tecnologia devem contribuir no sentido de melhorar a qualidade de vida da população, aumentar o nível educacional e cultural da população, promover cuidados verdadeiros para com o meio ambiente e recursos naturais, criar mais oportunidades de emprego e de maior qualificação dos recursos humanos. No entanto, para alcançar tais objetivos é necessário um novo compromisso de cooperação entre o setor público, as empresas de bens e serviços e os mais diversos atores sociais (UNESCO, 2003, p. 11).
Os conhecimentos de ciência e tecnologia (C&T), geraram aplicações que foram de grande benefício para a humanidade. Porém, por terem sido desigualmente distribuídos, esses benefícios contribuíram para o hiato existente entre os países industrializados e os em desenvolvimento. Além do mais, em alguns casos, a aplicação dos avanços da C&T foram causa de degradação ambiental e fonte de desequilíbrios e exclusão social. Mas esta situação pode ser revertida, e para isso “é necessário um esforço conjunto entre aqueles que detêm as maiores capacidades em C&T e aqueles que enfrentam pobreza e exclusão social” (UNESCO, 2003, p. 12). Sendo assim, o compromisso social da ciência deve ter por base a erradicação da pobreza, a harmonia com a natureza e o desenvolvimento sustentável.
A ciência e a tecnologia devem colocar-se a serviço da humanidade como