Ciencia social no brasil
Elaborações intelectuais que virão a constituir um pensamento social e político e, mais tarde, as ciências sociais no Brasil podem ser delimitadas historicamente na segunda metade do século XIX. Embora haja um certo consenso quanto ao surgimento de obras e autores que pensaram a sociedade brasileira, existem controvérsias sobre seus marcos e momentos decisivos, que definem seu valor sociológico ou seu caráter científico de interpretação social.
Embora avessos ao pretenso compartimento e especialização das ciências sociais em disciplinas particulares, construção claramente frágil, ocupar-nos-emos aqui em especial com a sociologia, devido ao caráter representativo, se não emblemático, que possui no quadro da formação das ciências sociais no Brasil. Até pelo menos os anos de 1960, não havia uma distinção nítida entre a Sociologia e demais ciências sociais, ou, quando havia, era muito tênue; a Sociologia predominava e se sobrepunha à Ciência Política e até mesmo à Antropologia, chegando a confundir-se, muitas vezes, com a Economia Política e a História.
1. Delimitação histórica
Várias foram as tentativas de esboçar um quadro das ciências sociais e ideias sociológicas no Brasil. Em uma das primeiras tentativas de sistematização, Almir de Andrade (1941) projetou um esboço da formação da sociologia brasileira em uma obra interrompida, proposta para mais de um volume e que nunca ultrapassou o primeiro — sobre os primeiros estudos sociais (cronistas, historiadores) desde os primórdios da colônia até o século XVIII. Já Bastide (1947), abordando a sociologia brasileira no contexto de uma “sociologia da América Latina”, embora condene o exercício de simples importação de modelos, demonstra otimismo — sem continuadores — nas possibilidades de desenvolvimento de um pensamento sociológico fecundo e original, lapidado no estudo de temas e problemas próprios.
Os balanços da sociologia no Brasil que emergem nos